quarta-feira, 14 de julho de 2010

O Apagar da História

Após ter aderido recentemente a um grupo que pretende restituir o nome original à actual ponte 25 de Abril, dei comigo a pensar no que motivou a mudança de nome.

Obviamente trata-se de uma limpeza da história, uma tentativa de eliminar um nome que para determinados sectores da sociedade foi nefasto.

Tendo em conta que isto é "normal" pois a história é (re)escrita pelos vencedores, levanta algumas questões que após analise não consegui ver esclarecidas e lanço aqui um pedido de auxílio.

Dou o seguinte exemplo: Duarte Pacheco ainda tem o seu nome associado a um viaduto e inicio de auto-estrada.
Viaduto e auto-estrada que para serem feito, e por ordem do Eng. Duarte Pacheco expropriou quase sem pagar indemnizações e quando o efectuou foram pagas muito abaixo dos valores reais. Este grande homem, que após o ciclone de 1941, transformou-se no novo Marques do Pombal recuperando e reconstruindo o que foi danificado durante a intempérie, foi também o autor de muitos atropelos às liberdades e direitos dos proprietários de terras onde ele pretendia edificar obra. Devido a esses mesmos atropelos teve de pedir auxilio a um advogado (Luís d'Oliveira Magalhães) que o acompanhou, por exemplo, durante a construção da auto-estrada anteriormente referida. Tinha a mesma visão de Estado que tinha Salazar. Podia discordar de algumas formas de manutenção do poder do Estado, mas era em si um Homem do Estado, tendo inclusive sido nomeado 2 vezes ministro das Obras Públicas.

Dirão os defensores do nome do viaduto que este Homem fez muitas obras pelo Povo, que mexeu no ensino da arquitectura em Portugal, que tinha uma visão global das coisas, que falou com Salazar para eliminar ou reduzir a Censura Prévia.
Mas não dirão que atropelou direitos do Povo, que quem com ele trabalhava sofria bastantes, que era autoritário e defensou do poder do Estado, que, quando Salazar negou o pedido relativo à Censura, encolheu os ombros e continuou a sua vida.

Tudo o que expus anteriormente não é para retirar o nome do viaduto que está muito bem atribuído, mas para apoiar a colocação do nome original da Ponte 25 de Abril.

Salazar, dirão os defensores do actual nome da ponte, foi um criminoso, alguém que manteve sob pulso de ferro o povo Português, que mandou torturar, que não permitiu a liberdade, que começou a guerra colonial, e tudo o mais.

Mas não falam que foi o mesmo Salazar que conseguiu que a peninsula Ibérica não fosse invadida por Alemães e Italianos, e que Portugal não fosse invadido pela Espanha. Foi Salazar que manteve Portugal a salvo dos actos criminosos passados durante a 2ª Guerra Mundial. Foi Salazar que iniciou ou potenciou: casas de rendas sociais, zonas verdes em Lisboa, redes de assistência social, escolas primárias, casas do povo, postos de correio, colonias de ferias, caminhos de ferro e mercados abastecedores. Foi iniciado um verdadeiro processo de alfabetização, embora limitado para o que seria desejado. Várias cidades, incluindo Lisboa finalmente tiveram uma rede de água adequada, Hospitais e postos de saúde. Aceitou judeus vindos da Alemanha, refugiados da guerra civil Espanhola, era público que não gostava de Hitler e Mussolini tinha-o desiludido. Tendo conseguido habilmente manter-se como um verdadeiro Homem de Estado, com vista a defender os direitos da Nação, foi graças a Salazar que entramos para as Nações Unidas e conseguimos evitar a perda de soberania dos Açores e/ou da Madeira. Foi com Salazar que foram iniciados os projectos de instrução Africana, promovendo a vinda de jovens estudantes africanos para tirarem cursos superiores nas faculdades da metrópole. Muitos desses jovens mais tarde viraram-se contra ele, Agostinho Neto foi um deles. Salazar tinha a prostituição legalizada e as pessoas que desempenhavam essa profissão eram obrigadas a regular apresentação para verificação da sua saúde, e só podiam "operar" caso tivessem a caderneta de saúde validada.


Um Homem que marca a História de Portugal e do Mundo não deve ser apagado, deve ser estudado, pois só à distancia poderemos ver a sua grandiosidade.

Salazar disse, pouco tempo antes de nos deixar:
"Por mim não me importava de uma certa perturbação. Tenho, no entanto, pena dos novos, vão sofrer muito. Dentro de 30 a 40 anos haverá cataclismos económicos e políticos na Europa. Receio que países como Portugal sejam submersos" ( in máscaras de Salazar, de Fernando Dacosta, Notícias editorial)

Preservem a memória, mesmo que esta possa ser incómoda para alguns. Eu, por mim, teria todo o ORGULHO em ter uma Ponte António Oliveira Salazar.

Paz à sua Alma.
A Bem da Nação.